A ideia que mais me marca no mini-doc que apresentei no post anterior é a seguinte: "A maior barreira para a evolução do pensamento humano é quebrar a sua própria doutrina".
No dia em que cheguei a Londres morreu o autor de Pieces of a Man, disco de 1971. Dizem que Gil Scott-Heron era "um poeta de rua que influenciou uma legião de rappers inteligentes". Não sei até onde chega a sua influência... em relação à música sou bastante quadrado e conheço relativamente bem apenas o rock. Tentando mudar isso vou ouvindo este disco. Posso dizer que para além de inteligência, este senhor era dotado de uma enorme consciência social.
Desde que nascemos estamos ocupados a marchar num caminho já estipulado, um trajecto delineado já percorrido por muitas e muitas pessoas. Quase nunca escolhemos, raramente sobra espaço para a escolha, nem fomos treinados para isso. Nas democracias representativas actuais temos a possibilidade de fazê-lo apenas de 4 em 4 anos e nunca se ensinou o cidadão a escolher. Em relação à religião, ou cultivo da espiritualidade como gosto de a ver, nem vale a pena falar. Os sistemas de ensino pura e simplesmente não contemplam a educação da escolha, não cultivam a autonomia, a independência, a individualidade. Aceitando esta realidade, compreende-se facilmente como somos formatados em massa sem que nos dêmos conta. Somos pré-definidos, desenham-nos as formas em série. Inventam-se grupos e colocam-se rótulos. Somos produtos. O mais impressionante no meio de tudo isto é que pela nossa cegueira somos conduzidos ao interior desses grupos querendo nós mesmos fazer parte deles. É para nós importante, ajuda-nos a criar uma imagem de nós próprios, uma identidade.
Mas será o conjunto desses rótulos a nossa verdadeira identidade?
Quanto mais nos definimos, mais nos limitamos.
No dia em que cheguei a Londres morreu o autor de Pieces of a Man, disco de 1971. Dizem que Gil Scott-Heron era "um poeta de rua que influenciou uma legião de rappers inteligentes". Não sei até onde chega a sua influência... em relação à música sou bastante quadrado e conheço relativamente bem apenas o rock. Tentando mudar isso vou ouvindo este disco. Posso dizer que para além de inteligência, este senhor era dotado de uma enorme consciência social.
Desde que nascemos estamos ocupados a marchar num caminho já estipulado, um trajecto delineado já percorrido por muitas e muitas pessoas. Quase nunca escolhemos, raramente sobra espaço para a escolha, nem fomos treinados para isso. Nas democracias representativas actuais temos a possibilidade de fazê-lo apenas de 4 em 4 anos e nunca se ensinou o cidadão a escolher. Em relação à religião, ou cultivo da espiritualidade como gosto de a ver, nem vale a pena falar. Os sistemas de ensino pura e simplesmente não contemplam a educação da escolha, não cultivam a autonomia, a independência, a individualidade. Aceitando esta realidade, compreende-se facilmente como somos formatados em massa sem que nos dêmos conta. Somos pré-definidos, desenham-nos as formas em série. Inventam-se grupos e colocam-se rótulos. Somos produtos. O mais impressionante no meio de tudo isto é que pela nossa cegueira somos conduzidos ao interior desses grupos querendo nós mesmos fazer parte deles. É para nós importante, ajuda-nos a criar uma imagem de nós próprios, uma identidade.
Mas será o conjunto desses rótulos a nossa verdadeira identidade?
Quanto mais nos definimos, mais nos limitamos.