sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O caminho é colaborar, não competir

Us Now conta-nos a história de várias redes online que desafiam a noção existente de hierarquia através do poder da colaboração em massa. Pela primeira vez, foram reunidos a maioria dos pensadores no campo da gestão participativa para descrever o futuro dos governos. Este curto documentário de 2009 segue o destino do Ebbsfleet United, um clube de futebol gerido pelos seus adeptos em que até o 11 inicial é escolhido através da internet. Zopa, um banco no qual todos são o gerente e ajudam em financiamentos e empréstimos com pequenas contribuições. É dado também o exemplo do CouchSurfing como sendo uma comunidade online construída e gerida (até à dois meses atrás) pelos seus membros.

Eu juntaria a todas estas organizações o grupo Anonymous. É um grupo sem líderes, organizado horizontalmente, que para agir precisa que grande parte dos seus membros estejam de acordo a participar em determinada acção. Trata-se claramente de mais um exemplo que demonstra o poder da uma democracia participativa.
A última notícia sobre este grupo a chegar aos orgãos de comunicação social principais foi esta na segunda-feira passada. Com este tipo de acções conseguem penetrar na consciência das massas e alerta-las para a revolução que está a acontecer em todo o mundo.

Gostaria de deixar duas palavras às mentes abertas de Moçambique que estão a ajudar a espalhar a mensagem.
Muito brigado.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

É com muita pena minha

que venho hoje aqui anunciar que o CouchSurfing deixou de ser uma organização sem fins lucrativos.
Foi fundada em 2003 pelo norte americano Casey Fenton depois deste ter conseguido uma viajem barata para a Islândia e ter enviado um email aos estudantes daquele país pedindo abrigo. A resposta foi positiva e a experiência serviu de inspiração para a criação de uma página web que coordenasse acomodações. Nasceu assim um serviço de hospitalidade com base na internet que em 2010 ultrapassou a barreira dos 2 milhões de membros espalhados por 180 países.
A página está artilhada com numerosas funcionalidades como perfis pessoais ou colectivos detalhados, um sistema opcional de verificação de identidade por cartão de crédito, um sistema de certificação pessoal e, aquele que é para mim o mais importante de todos, o sistema de referências pessoais indispensável para aumentar a confiança entre membros. Existem ainda outras funcionalidades à disposição como grupos de discussão, reuniões e encontros, salas de conversa e muito mais.
Os membros desta rede social formam uma comunidade que tem como lema "Participação Na Criação De Um Mundo Melhor, Um Sofá De Cada Vez". Dada a abertura de mente que tens que ter para abrir a porta da tua casa e tratar como irmão um desconhecido que vem do outro lado do planeta, está claro que os valores que aqui se cultivam são dos mais nobres. Consta no meu perfil que me considero um novato, portanto, depois de receber esta notícia passeei-me pelos fóruns de discussão com curiosidade pela reacção dos membros. Percebi que a comunidade cresceu devido ao esforço de colaboradores voluntários no desenvolvimento, tradução e manutenção da plataforma online. Não posso deixar de partilhar a sua frustração nesta altura. Agora, há alguém a ganhar dinheiro aproveitando o trabalho gratuito realizado em prol de um bem comum. Acham que continuará a haver colaboradores voluntários? Para onde vai a ideia de comunidade? A ideia de aportar genuinamente o melhor de cada um de nós para o bem de todos sem a intenção de auto-elevação? Não tenho dúvidas, a comercialização deste serviço vai acabar por corromper o seu propósito inicial.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As pessoas decidiram

que não participariam num ataque cibernético à página da bolsa de valores de Wall Street no passado dia 10. O ataque anunciado não teve a adesão em massa dos membros do grupo de activistas Anonymous. As consequências acabaram por ser mínimas, dizendo a CNNMoney que "ficou lento e depois indisponível das 15:35 até às 15:37", citando empresas de monitorização da internet como a Keynote e a AlertSite. Segundo este jornal online, Rich Adamonis, um porta voz da bolsa de valores de Nova Iorque, disse que "não detectaram interrupções na sua página nessa altura."
A Forbes aprofunda mais o caso dizendo que "Na melhor das hipóteses, foi uma tentativa mal planificada dos membros juvenis do grupo. Na pior das hipóteses, foi uma tentativa por parte do governo de extrair membros do grupo Anonymous e minar a validade da ocupação de Wall Street. (...) Na conta do YouTube onde antigas ameaças foram comunicadas, AnonMessage, foi colocado um vídeo no sábado dia 8 anunciando o cancelamento do ataque. O vídeo assume a responsabilidade por falsamente promover a operação, apontando falhas óbvias no plano. Que falhas? O Anonymous acharia completamente desnecessário usar o ataque Distributed Denial Of Service na página NYSE.com pois não controla ou contribui para a negociação de acções ou títulos do '1%'."
Caríssimos fans, vocês são a razão que me faz continuar com esta busca heróica por um mundo melhor :) Sinto portanto, que devo admitir publicamente um inadequado nível de ingenuidade na criação do último post. Creio que entrei a pés juntos na descoberta deste maravilhoso grupo chamado... Sem Nome.
Um bem haja com corações e flores.

As pessoas decidiram juntar-se à porta da catedral de St. Paul. Estando à espera dos protestos, as forças policiais cercaram todas as entradas para a praceta interior que dá acesso ao edifício da bolsa de valores Londrina. Sobrou um espaço ali ao lado junto à catedral. Sábado, 15 de Outubro, foi assim.
"Capitalismo significa guerra"
"Outro mundo é possível"
Estava lá toda a gente, o movimento Zeitgeist, o grupo Anonymous, o movimento Somos os 99%, Indignados espanhóis, hippies, punks, feministas, estudantes, desempregados, jovens famílias, pessoas e muito mais.Hoje voltei ao local, conversei com algumas pessoas e posso dizer-vos que a moral continua de roda no ar. Há grupos de debate, gentes a fazer novos cartazes, outros a planearem eventos que sirvam para dinamizar o espaço integrando e informando por quem lá passa, há música e todo o tipo de "equipamento" improvisado para possibilitar e tornar mais organizada a vida de quem lá está. Ups! Pois é. Há tendas, muitas tendas. Fiquei estrondosamente surpreendido! Há agora muitas mais tendas do que havia no sábado. Mais, vi pessoas a chegarem e a montar ainda mais tendas!"Capitalismo é crise" pode ler-se na tela verde."Necessidades humanas NÃO ganância corporativa""Abolir o dinheiro" lê-se nas costas do homem que acabava de colar o cartaz em que se pedem actores que colaborem na peça "As novas roupas do rei".O Estaminé...A presença mais ou menos encoberta do grupo Anonymous.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Hoje, 10out2011 é dia de invasão!

Meus caros, tenho a dizer-vos que vivemos, de facto, numa época excitante! Já ouviram falar do grupo Anonymous? Descobri à uns dias que eles suportam activamente a mobilização de Nova Iorque desde o primeiro dia. Do lado direito está uma foto desse dia. "Os corruptos temem-nos. Os honestos apoiam-nos. Os heróicos juntam-se a nós." O vídeo seguinte está a espalhar-se como um vírus pela internet, o seu título é: Do que somos capazes - Anonymous

Ok, a resistência começou...
Mas o que é que nós podemos fazer?!
Qual é o plano?!

É espantoso o que está a acontecer, as pessoas colaboraram espontâneamente.
Este é o caminho! E os eventos continuam.
Hoje, dia 10 de Outubro de 2011 é dia de invasão!
Anonymous preparam-se para um "assalto" ao sistema informático de Wall Street. Sem reservas, salta à vista no cabeçalho da página: "Uma mensagem para os média".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O sítio, gosto!

Os protestantes americanos estão a ocupar os centros financeiros. Tenho que confessar que fiquei surpreendido com isto. Não pela acção, nem pela maneira como a levam a cabo, pois já tinha acontecido no Egipto e em Espanha. A novidade aqui é o sítio! Wall Street, o coração do sistema! A verdade é que vivemos na era da informação, portanto, quem estiver minimamente atento consegue perceber que a crise financeira se deve à ganância de muitos dos que nesse sector trabalham. Isto é verdade, mas se forem curiosos e pesquisarem um pouco percebem que isto é apenas uma das peças de uma grande máquina. Aqui fica o início de Os Mestres do Dinheiro. O trecho fala sobre outra peça da mesma engrenagem embora a sua natureza seja diferente. É diferente pois esta faz parte da estrutura do sistema. Se faz parte da estrutura não há remendos a fazer.

Não fossem as roupas que usavam e os automóveis antigos, e diria que é um documentário deste mesmo ano. No entanto este filme é de 1996 e durante os últimos 15 anos nada foi feito para mudar o caminho em que seguimos.
Gostaria de recomendar também Lets Make Money um belíssimo documentário de 2008 do austríaco Erwin Wagenhofer, que dirigiu We Feed The World em 2005. O filme conta pequenas histórias de várias pessoas em diferentes regiões do planeta. Vítimas e perpetradores. Discursos de neoliberais e silêncios de homens, mulheres e crianças cujos salários não pagam a subsistência. Mostra também as ideias de Washington, responsável pelas políticas liberais que moldaram o mundo económico actual, assim como os mecanismos de colonização moderna como o FMI e o Banco Mundial, perpetuando a dívida injusta dos países mais pobres em troca das suas riquezas. Explica o que são os paraísos fiscais, por onde passa a maioria do capital financeiro para encobrir os donos corruptos. Apresenta John Perkins, autor de Confissões de um Assassino Económico, livro lançado em 2004.

domingo, 2 de outubro de 2011

Despertar ou catástrofe?

O dia 17 de Setembro de 2011 poderá ter já reservado o seu lugar de extrema importância na história da nossa civilização. Depois das convulsões Gregas, do desnorte da Geração à Rasca e da furiosa Indignação Espanhola, acompanhada pela solidariedade pontual de outras cidades europeias, chegou a hora do despertar americano. Desde esse dia (e já lá vão duas semanas) que um grupo cada vez maior de pessoas estão reunidas ocupando pacificamente Wall Street, o maior símbolo do sistema monetário, sistema pelo qual é regida a governação actual do planeta.
Quando tive a notícia dei inicio a uma pesquisa generalizada por mais informação e percebi que os meios de comunicação de massas não estão a prestar atenção que este movimento merece, mas felizmente existe a internet e rapidamente cheguei à occupywallst.org. Dizem-se "um movimento de resistência sem líderes com pessoas de muitas cores, géneros, e inclinações políticas. A única coisa que temos em comum que é que somos os 99% e não vamos mais tolerar a ganância e corrupção do 1%. Estamos a usar a táctica revolucionária da Primavera Árabe para atingir os nossos objectivos e encorajar o uso da não-violência para maximizar a segurança de todos os participantes."

O movimento está a alastrar-se a uma velocidade estonteante tendo já decorrido o início da ocupação de outros centros financeiros noutras cidades como Boston e San Francisco.

Durante esta mesma semana que agora acaba Alessio Rastani, um corrector independente, dá uma entrevista bombástica à BBC. Sem rodeios Rastani acaba com todas as ilusões de forma pragmática dizendo que não haverá retoma da economia e portanto o euro está acabado.

Claro que a imprensa veio imediatamente com paninhos quentes dizendo que Rastani é apenas "alguém à procura de atenção", mas nem quero perder muito tempo a justificar a minha posição, toda a informação está aí disponível para quem quiser saber mais.
O sistema não aguentará por muito mais tempo, é um facto. Vai ficando cada vez mais nítido à medida que vão saindo notícias como as de hoje "Grécia confirma que vai falhar metas de défice para 2011 e 2012".
Vivemos agora o principio do fim.