quinta-feira, 30 de junho de 2011

Uma janela para o circo

A primeira parte do documentário 9/11:Press for Truth revela a história das Jersey Girls, um grupo de quatro mulheres que perderam os seus maridos nos ataques de 11 de Setembro. A criação da 9/11 Commission (comissão formada pelo governo para investigar os acontecimentos) não ocorreu por uma benfeitora iniciativa do governo americano, deve-se sim à mobilização dos familiares das vítimas que foi liderada por estas viúvas. Mas ao contrário do que se poderia esperar, todo o processo foi uma luta terrível e desgastante.

Se os familiares das vítimas queriam uma investigação, porque não começa-la no dia seguinte?! É vergonhoso ver como o governo se esconde tentando proteger-se. É vergonhoso ver como estas senhoras foram obrigadas a rastejar. É vergonhoso ver como os meios de comunicação social dão tanta importância à dor e ao sofrimento. Porque são eles tão execráveis?! Naaa.. só estão a fazer o seu papel de instituição corporativa. Só estão a fazer todos os possíveis para obter grandes audiências, para assim manterem os seus contratos milionários de publicidade - milionários! Trata-se de emoção humana, e isso vende. Este caso particular só difere num aspecto, é que estas mulheres não são voluntárias como os participantes de Big Brothers e as suas emoções são demasiado pessoais para serem publicadas. Mas quem é que quer saber disso?! Isso ainda interessa a alguém?! Pois é, só assim é que os órgãos de comunicação social de massas, como são as cadeias de televisão privadas, são forçados a falar do que realmente tem importância.

O governo aproveitou o fim das investigações para lançar mais uma campanha de propaganda enchendo-se de louvores, mas o sentimento dos familiares foi claramente diferente pois ficaram ainda muitas perguntas por responder.

E agora senhoras e senhores… um bombom!!! Para que se perceba até onde é que vai o controlo a que todos nós estamos sujeitos. Sabias que caíram 3 torres em 2001? O edifício Salomon Brothers, mais conhecido como edifício 7 também colapsou nesse dia. Não foi atingido por nenhum avião nem foi afectado pelo fogo. A BBC relatou o acontecimento 20 minutos antes do edifício ter caído!!


Quem é que escreve os guiões dos telejornais?! Pergunta Richard Gage da Arquitects & Engineers for 9/11 Truth nas suas palestras perante este vídeo totalmente inacreditável.

Eu sei. Não é fácil aceitar. Mas tem calma, respira fundo. Vais ver, daqui a nada isto que parece tão grave vai perder tamanho e peso. Amanhã vais sentir-te melhor de certeza. E daqui a uns mesitos já nem te vais lembrar que viste este vídeo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

E tu, já investigaste o 11 de Setembro?

9/11 truth movement é o nome colectivo das organizações e pessoas individuais, livremente afiliadas, que questionam a versão oficial, geralmente aceitada, dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001. Existe, actualmente, uma montanha de grupos que lutam pela obtenção da verdade: 9/11 Citizens Watch, fundado em 2002 para monitorizar o trabalho da 9/11 Commission (entidade governamental para a investigação dos ataques de 11 de Setembro), que logo depois da publicação do “9/11 Commission Report”, recebeu como resposta um documento intitulado “9/11 Omission Report”; 911truth.org, iniciado em 2004 transformou-se no portal central para todas as organizações do 9/11 truth movement; Scholars for 9/11 Truth & Justice, iniciado em 2005 dizem-se “um grupo de estudiosos e simpatizantes esforçando-se para lidar com as perguntas não respondidas do 11 de Setembro através de investigação científica e educação pública”, publicam regularmente artigos científicos relacionados no seu site irmão Journal of 9/11 Studies; Architects & Engineers for 9/11 Truth, fundado em 2006 reúne nesta altura mais de 1500 arquitectos e engenheiros profissionais entre quase 14000 apoiantes que já assinaram a petição pedindo ao Congresso uma verdadeira investigação independente. É de salientar que este grupo, curiosamente aquele que mais conhecimento técnico possui, reivindica que “a explicação oficial para a destruição total dos arranha-céus do World Trade Center falhou explicitamente sob a evidência maciça de uma demolição controlada. Richard Gage, o arquitecto de San Francisco com mais de 20 anos de experiencia na projecção deste tipo de edifícios é o fundador desta organização e encontra-se neste momento em digressão por cidades e universidades europeias. Através de palestras tenta sensibilizar o público geral para os factos nos quais se baseia para sustentar a sua tese.

A 9/11 Commission, e portanto o governo americano, alega que o colapso total das torres se deu devido ao fogo provocado pelo embate dos aviões na parte superior dos edifícios. Segundo especialistas, NENHUM edifício na história da nossa civilização caiu devido a incêndios. Mas eu não sou especialista e não vou avançar detalhes ou explicações técnicas para o que aconteceu. Existe muita informação disponível na internet, como por exemplo o 911docs.net onde estão reunidos mais de 50 documentários relacionados com o tema e que podem ser vistos online gratuitamente. O último a que assisti chama-se 9/11:Press for Truth e baseia-se parcialmente em The Terror Timeline: Year by Year, Day by Day, Minute by Minute: A Comprehensive Chronicle of the Road to 9/11 — and America's Response, um livro escrito por Paul Thompson em 2002, colaborador do website History Commons que é, segundo os próprios autores, “uma ferramenta de jornalismo participativo de conteúdo aberto”. Com base nesta plataforma o livro é um apanhado dos registos informativos mais importantes na longa caminhada até esse dia e a resposta americana aos acontecimentos. Através do filme percebe-se que o governo ignorou todos os avisos de um ataque eminente que foi recebendo e respondeu tarde e defeituosamente, havendo indícios de ocultação de material importante para uma futura investigação.

Mas afinal, onde está o verdadeiro inimigo?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Carrossel infinito

É absolutamente inacreditável a quantidade de porcaria a que se pode assistir quando se liga uma televisão nos dias que correm. No que a mim me diz respeito, já vai para uns anitos que "Não tenho paciência pra televisão/Eu não sou audiência para a solidão" como dizem Os Tribalistas. Desde que vim para cá nem tenho acesso a esse aparelho maldito e posso finalmente ficar totalmente livre do habito de ver o único programa a que assistia regularmente, o telejornal. Não passou ainda muito tempo mas já sinto falta disso. Mas será que sinto falta do que verdadeiramente importa? De informação? Não, estou agora talvez até melhor informado do que antes. O que sinto falta é daquele momento de paralisia cerebral, de me sentar no sofá a olhar algo sem o ver, de perder a percepção do ritmo a que o tempo passa, de me deixar levar num adormecimento de olhos bem abertos, sempre de consciência tranquila porque afinal eram notícias e isso interessava-me. É preciso ter consciência de que existe apego, de que há algo de vício na relação com a televisão.
Há, portanto, um gigantesco potencial comercial encoberto por trás deste aparelho baseado na astúcia, na má-fé e no oportunismo. Este potencial é meticulosamente aproveitado na busca desenfreada de lucro pelas instituições dominantes dos nossos tempos, as grandes corporações. As grelhas de programação são feitas com base no que o grande público quer ver, sendo a quantidade de telenovelas um bom exemplo. As grandes séries famosas a nível mundial, como Perdidos, estão cada vez mais "interessantes", são engenhosamente avançadas e estão em constante desenvolvimento para fazer render o peixe sempre que seja conveniente. Vale tudo, e a exposição da miséria humana nos reality shows é hoje em dia o expoente máximo na demonstração duma nova e distorcida escala de valores que parece ter uma aceitação cada vez mais consensual a cada dia que passa.
A maior parte das pessoas emprega grande parte do seu tempo livre a ver televisão, como se não fossem dotados de engenho suficiente para desenvolverem outra actividade. Ficam presas num carrossel infinito para onde a sua atenção é sugada e tornam-se autênticos vegetais.

Eh pah! Não falei dos telejornais.
Pois, mas isso é outra história.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pode o Uganda escapar à "maldição dos recursos" do petrólio?

Passou pouco mais de uma semana desde que cheguei à capital do império. Durante este tempo cruzei-me já varias vezes com grupos manifestantes solidários com as revoluções que têm acontecido nos países do norte de África. Houve, no entanto, uma delas que me captou mais a atenção, fez-me reflectir e pesquisar sobre o assunto. - Mas o Uganda pertence a África central! - pensei eu na altura. Tratava-se de um pequeno grupo com megafones e cartazes com mensagens como "Help to end genocide, military government and corruption by the dictator Museveni in Uganda" e "The right to vote is a human right". Outra coisa que me veio imediatamente à cabeça foi o grande filme, de um realizador que me desperta cada vez mais interesse chamado Kevin Macdonald, O Último Rei da Escócia. Esta película é baseada em acontecimentos que ocorreram neste país durante o reinado do brutal ditador Idi Amin nos anos 70. - Mas ainda há ditadura no Uganda?! - O wikipedia diz-nos que não, claro. E acrescenta que Yoweri Museveni esteve envolvido na guerra que destronou Idi Amin em 79, e na rebelião que deu origem à demissão de Milton Obote em 85. Desde essa altura que Museveni se mantém à frente de um país que em 2006 teve as suas primeiras eleições multipartidárias em 25 anos. Mas isto sucedeu apenas depois da ameaça por parte da Suécia, Holanda e Reino Unido com o corte das relações económicas.
No decorrer das minhas pesquisas encontrei uma notícia do The Guardian de 2 de Dezembro de 2009, onde Paul Collier, professor de economia da universidade de Oxford, especialista em governação em países de baixo rendimento, fala em "maldição dos recursos" atendendo às notícias de Agosto desse mesmo ano que relatam a descoberta de petróleo no Uganda. Na sua análise diz que "os recursos naturais não só corrompem os processos políticos no sentido óbvio do ganho financeiro ilícito para uns poucos (frequentemente instigados pela ganância corporativa global) mas também afectam profundamente a relação entre políticos e votantes". Segundo este senhor, a chave para a salvação do Uganda, assim como para a todos os outros países nesta situação, passaria pela transparência dos negócios com as companhias petrolíferas, algo que não seria muito difícil se os governantes optassem pela adesão à Iniciativa para a Transparência das Industrias Extractivas, lançada por Tony Blair em 2002. Esta iniciativa tem por um lado o apoio político, técnico e financeiro dos países (entenda-se empresas) ricos, ou exploradores. E do outro lado os países pobres, ou explorados, onde se situam geograficamente os recursos. No momento em que esta notícia foi escrita, a organização tinha aprovado os seus dois primeiros membros: Azerbaijão e Libéria. Analisando o site da organização constata-se que neste momento, isto é, cerca de um ano e meio após a entrada dos primeiros, contam-se já 11 membros validados e 24 candidatos, sendo que infelizmente o Uganda não faz parte de nenhuma destas listas.

Pah.. mas é lógico!! Os poços de petróleo estão lá a ganhar teias de aranha!! Nenhuma empresa teria o descaramento de tentar fazer negócio com um ditador. Nenhuma empresa iria passar por cima das boas(?) intenções do governo de Blair.

É um facto. O poder das grandes corporações é maior que o poder dos estados, quer queiramos, quer não.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os tubarões

Documentário realizado por Mark Achbar e Jennifer Abbott, baseado no livro de Joel Bakan “A Coporação: A busca patológica por lucro e poder”. O filme descreve o surgimento das grandes corporações como pessoas jurídicas desde o final do século XVIII. É feito um profundo exame psicológico do seu modelo de organização demonstrando que, ao nível do comportamento, este tipo de “pessoa” age tipicamente como um perigoso e destrutivo psicopata sem consciência. Através de case studies, histórias, e verdadeiras confissões, expõem influências em ambos os mundos, corporativo e anti-corporativo. Com humor negro, imagens da cultura pop, publicidade, notícias da TV e propaganda corporativa, o filme ilumina o cerco, cada vez mais apertado, que as corporações fazem às nossas vidas.
O trailer deste documentário deveria ser suficiente para que nos levantássemos e denunciássemos através de todos os meios ao nosso alcance os trabalhadores asiáticos que ganham 74 cêntimos por peça produzida, o contentamento posterior ao pensamento impulsivo dos trabalhadores dos mercados de acções: "Quanto é que o ouro subiu?" depois de uma catástrofe como a do 11 de Setembro, o trabalho totalmente anti-ético dos departamentos de marketing na elaboração de conteúdos publicitários que manipulam consumidores, o abuso e controlo exercido pelas grandes corporações sobre os principais meios de comunicação social... o PODER que as grandes empresas detêm SOBRE os governos. Mas infelizmente continuamos adormecidos... e afinal isto é só um filme igual a tantos outros que vemos todos os dias na merda da televisão. De tão adormecidos que estamos, nesta altura do campeonato a nossa sensibilidade já não nos permite perceber o relevo destes factos e continuamos convencidos de que tudo está bem.