terça-feira, 8 de novembro de 2011

Os maiores do recreio

Através de alguns dos documentários que promovi em posts anteriores já tinha percebido um dos problemas que está na base da inevitável falha do sistema monetário nos Estados Unidos: O banco central daquele país, a Reserva Federal, é um banco privado. Mas, e na Europa? Afinal aqui temos o Banco Central Europeu, não é? E porque é que tanto os governos como privados estão tão endividados?

O quê?! A dívida dos governos e o valor dos juros a pagar aos bancos é o mesmo?! E não se fala do sistema de reservas fracionarias?! (aqui muito mal explicadinho) Nem do artigo 123 do tratado de Lisboa?! E andam os fantoches no puleiro a falar de falta de competitividade, mais austeridade e privatizações?!! Mas anda tudo a dormir?!!!
A verdade é que o cidadão comum não entende o que se passa. Eu tive que ver este vídeo bastantes vezes para assimilar a informação, mas sobretudo, para combater a resistência da parte emocional do meu cérebro em aceitar a constatação de tão grave descaramento tanto por parte da oligarquia bancária como de todos os que mantêm o bico calado incluindo a imprensa.
Mas não podemos colocar toda a imprensa dentro do mesmo saco. Há quem fale do que não convém a muita gente. Na minha viagem de aniversário a Portugal não pude deixar de reparar na capa do Courrier Internacional e acabei por comprar a revista. Tem edição semanal e publica artigos provenientes de uma base de mais de 900 jornais internacionais. Muitos e bons artigos li. Apesar de ser a 1ª vez que a leio, atreveria-me a atribuir-lhe o galardão oficial como sendo um foco de consciência por si só. Gostaria de falar-lhes apenas num desses artigos.
Primeiro pelo facto de ter sido a primeira vez que vejo empregue num jornal ou revista a palavra "empresocracia" (ou "corporatocracy" em Inglês) depois de Jonh Perkins (ex-assassino económico) dizer que é a designação que ele próprio usa para catalogar o governo americano durante a sua entrevista no documentário Zeitgeist Addendum de 2008. O artigo começa assim: "A juventude norte-americana - ainda mais do que os cidadãos mais velhos - parece ter-se conformado com a ideia de que a empresocracia lhe pode fazer a vida num inferno, sem que possa nada contra isso."
Em segundo lugar gostaria de deixar registados os vários pontos tocados e aprofundados neste artigo que tem como título "Como os EUA esmagaram o espírito de rebelião da juventude."
1 - Empréstimos para estudantes
2 - Patologizar e medicar o inconformismo
3 - Escolas que educam para a obediência e não para a democracia
4 - Políticas educativas
5 - Envergonhar jovens que levam a sério a sua educação, mas não a sua escolaridade
6 - A normalização da vigilância
7 - Televisão
8 - Fundamentalismo religioso e fundamentalismo consumista
Originalmente foi escrito por Bruce E. Levine e pode encontrar-se no site da Alter Net que também levaria o galardão.
Já aqui foi mostrado, e quem está atento sabe, que no topo da empresocracia está a Goldman Sachs. E esta é quem governa o mundo. No passado domingo surge a notícia de que um dos mais altos responsáveis desta empresa "mostra-se ainda bastante cético quanto à eficácia dos resgates na zona euro para resolver a crise da dívida". Pois isto é uma sentença de morte meus caros. Se este banco não acredita, quem acreditará?!
Ao mesmo tempo continuam a ser tocados os sinos de guerra pela comunicação social. Agora diz que é a sério. Parece que alguém também quer ter um brinquedo perigoso mas não é amigo do maior do recreio. É... talvez... talvez seja memo isso que precisamos agora, mais uma guerrazita pa ver se a economia vai ao sítio. Sim, porque a concretizar-se nunca será uma grande guerra.

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