sábado, 31 de dezembro de 2011

Tem sido um privilégio

O ano chega hoje ao fim depois de muitas coisas acontecerem na minha vida. Uma delas foi o fim de uma grande viagem de dois meses pela América do sul. Foi um privilégio poder partilhar o primeiro mês dessa viagem com um amigo de longa data. Na estrada, tivemos a ideia de levar a nossa fantástica experiência às pessoas através de uma exposição de fotografia na nossa terra natal. O projecto não chegou a concretizar-se e as minhas fotografias continuam armazenadas no meu disco rígido sem que ninguém possa desfrutar delas. Hoje decido partilhá-las tentando manter a ideia original.
A exposição teria como participantes todas as pessoas com quem criamos laços durante os nossos trajectos. Dessa forma estaríamos a levar fotografias pessoais, de pessoas reais, e assim fazer sobressair um dos aspetos mais importantes de uma viagem: os relacionamentos criados. Para personalizar ainda mais a exposição, cada uma das 5 fotografias fornecidas por cada participante seria acompanhada por um título e uma frase. Esta frase estaria simplesmente restrita à imaginação de cada um.
Aqui fica a minha escolha:
Aterragem do Pusikis
A Patagónia não é deste mundo!

Quem não tem cão...
...dorme uma soneca num barquinho de pesca.

Chile|Argentina - O que é uma fronteira?
Legenda: Não herdamos a terra dos nossos pais, apenas a pedimos emprestada aos nossos filhos.

Pela Estrada Fora de Jack kerouac
"Fiquei sem saber o que dizer; ele tinha razão; mas a única coisa que me apetecia fazer era esgueirar-me lá para fora no escuro e desaparecer para qualquer lado, e ir descobrir o que toda a gente andava a fazer no país inteiro."

San Salvador de Jujuy - Estação
Todos iguais, todos diferentes.

Viajar é muito gratificante. É sem dúvida algo poderoso que podes fazer para expandir a tua mente e crescer. Ajuda-te a descartar pré-conceitos falsos, conceitos obsoletos e crenças limitadoras.

Obrigado por me acompanhares até aqui.
Desejo-te uma óptima viagem neste 2012.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Desmontando compilações II

Uma das personalidades mais vezes citadas em documentários sobre o estado do mundo é George Carlin. Este senhor é já visto por muitos como um ícone da contemporaneidade, sendo o seu legado cada vez mais reconhecido e divulgado através da internet. As suas habilidades como humorista, crítico social, assim como a sua arte para a sátira ajudaram a inspirar todo o tipo de pessoas. Muitas delas saíram à rua este ano e formaram movimentos para a mudança social um pouco por todo o mundo. Agora que o ano está a chegar ao fim, o manifestante foi condecorado, sendo reconhecido pela revista Time como personalidade do ano. Escolhi alguns trechos da obra de Carlin para aguçar o bico. O primeiro vem de 1992 num espetáculo em Nova Iorque. O tema: Gostamos de guerra.

O segundo pode parecer literalmente contra natura, mas não é. Não ver a natureza como a grande prioridade não é menosprezá-la. Tratar de nós próprios é tratar a parte da natureza que é a causa do desequilíbrio.
Durante o processo, estar preocupado não serve de nada.

Uma das raízes do problema é a falta de educação, ou consciência, que leva à proliferação do "sonho americano".

Carlin diz: "É um sonho porque tens que estar a dormir para acreditar nele". Tens que estar a dormir para dar valor ao carro, à casa, ao ecrã de 85cm, ao ter ter ter... à máxima de Descartes adaptada aos tempos modernos: Tenho, logo Sou.

Mas afinal, o que é verdadeiramente importante?
Todos nós, unidos, constituímos um único organismo: a humanidade.

domingo, 20 de novembro de 2011

Desmontando compilações I

Nos últimos anos, têm proliferado na internet documentários sobre o estado actual da sociedade. São feitos por gente com provas dadas ao nível do jornalismo ou simplesmente por pessoas anónimas como eu e tu. Vários temas são abordados de formas muito distintas, são apresentados diferentes argumentos, no entanto, a conclusão é sempre a mesma: Há algo de muito errado com o nosso mundo. Estes trabalhos são muitas vezes uma compilação de material já existente na rede, e há aqueles poderosos trechos que são uma constante em quase todas as películas. Uma das mais usadas fontes é o filme Network de 1976.
Howard Beale é um pivot veterano de uma estação de televisão perto da ruína. Num acto de desespero para impulsionar as audiências é-lhe comunicado que será despedido dentro de duas semanas. Desolado com o caminho que a sua vida seguiu, o apresentador anuncia em directo que se vai suicidar no seu último programa. As audiências sobem e convenientemente é-lhe concedida a liberdade de continuar.

O sucesso é tão grande que os directores orquestram um programa especialmente para ele onde Beale se queixa e grita sobre os problemas do mundo.

Este último trecho contém um discurso mítico do presidente do concelho da estação UBS sobre as verdadeiras leis que governam o nosso mundo nos dias de hoje.

Não vou contar-vos como acaba o filme, apenas vos direi que há um enorme paralelismo a vários níveis entre este filme e o tão aclamado livro de George Orwell, 1984. Ambos os trabalhos são profecias e isso vai ficando mais claro à medida que o tempo passa. Algumas averiguações...
Do wikipédia: "em 2000 o filme foi seleccionado para ser apresentado no Registo Nacional de Filmes dos Estados Unidos pela Libraria do Congresso como sendo "culturalmente, historicamente, ou esteticamente significativo". Em 2002, foi aconselhado no Mural da Fama dos Producers Guild of América como um filme que "estabelece um padrão duradouro para o entretenimento dos E.U.A". Em 2006, o texto de Chayefsky chegou aos 10 primeiros lugares na tabela dos melhores guiões da Writers Guild of America, East. Em 2007, o filme ficou em 64º lugar entre os 100 melhores filmes Americanos escolhidos pelo American Film Institute, um ranking superior ao obtido 10 anos antes."
Do thefilmexperience.net (por exemplo): "Foi nomeado para 10 Prémios da Academia em 1976 e ganhou apenas 4: Melhor Actor (Peter Finche), Melhor Actriz (Faye Dunaway), Melhor Actriz Secundária (Beatrice Straight) e Melhor Guião (Paddy Chayefsky)."
Não deixa de ser irónico que este filme tenha perdido os prémios para melhor montagem, melhor direcção e melhor filme para... hhuuuuummmm ... aquele... como é que se chama ... Rocky.
São incontáveis as vezes que assisti aos mesmos filmes de merda na televisão durante a minha infância e adolescência. Vi este filme pela primeira vez no mês passado pela net.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Os maiores do recreio

Através de alguns dos documentários que promovi em posts anteriores já tinha percebido um dos problemas que está na base da inevitável falha do sistema monetário nos Estados Unidos: O banco central daquele país, a Reserva Federal, é um banco privado. Mas, e na Europa? Afinal aqui temos o Banco Central Europeu, não é? E porque é que tanto os governos como privados estão tão endividados?

O quê?! A dívida dos governos e o valor dos juros a pagar aos bancos é o mesmo?! E não se fala do sistema de reservas fracionarias?! (aqui muito mal explicadinho) Nem do artigo 123 do tratado de Lisboa?! E andam os fantoches no puleiro a falar de falta de competitividade, mais austeridade e privatizações?!! Mas anda tudo a dormir?!!!
A verdade é que o cidadão comum não entende o que se passa. Eu tive que ver este vídeo bastantes vezes para assimilar a informação, mas sobretudo, para combater a resistência da parte emocional do meu cérebro em aceitar a constatação de tão grave descaramento tanto por parte da oligarquia bancária como de todos os que mantêm o bico calado incluindo a imprensa.
Mas não podemos colocar toda a imprensa dentro do mesmo saco. Há quem fale do que não convém a muita gente. Na minha viagem de aniversário a Portugal não pude deixar de reparar na capa do Courrier Internacional e acabei por comprar a revista. Tem edição semanal e publica artigos provenientes de uma base de mais de 900 jornais internacionais. Muitos e bons artigos li. Apesar de ser a 1ª vez que a leio, atreveria-me a atribuir-lhe o galardão oficial como sendo um foco de consciência por si só. Gostaria de falar-lhes apenas num desses artigos.
Primeiro pelo facto de ter sido a primeira vez que vejo empregue num jornal ou revista a palavra "empresocracia" (ou "corporatocracy" em Inglês) depois de Jonh Perkins (ex-assassino económico) dizer que é a designação que ele próprio usa para catalogar o governo americano durante a sua entrevista no documentário Zeitgeist Addendum de 2008. O artigo começa assim: "A juventude norte-americana - ainda mais do que os cidadãos mais velhos - parece ter-se conformado com a ideia de que a empresocracia lhe pode fazer a vida num inferno, sem que possa nada contra isso."
Em segundo lugar gostaria de deixar registados os vários pontos tocados e aprofundados neste artigo que tem como título "Como os EUA esmagaram o espírito de rebelião da juventude."
1 - Empréstimos para estudantes
2 - Patologizar e medicar o inconformismo
3 - Escolas que educam para a obediência e não para a democracia
4 - Políticas educativas
5 - Envergonhar jovens que levam a sério a sua educação, mas não a sua escolaridade
6 - A normalização da vigilância
7 - Televisão
8 - Fundamentalismo religioso e fundamentalismo consumista
Originalmente foi escrito por Bruce E. Levine e pode encontrar-se no site da Alter Net que também levaria o galardão.
Já aqui foi mostrado, e quem está atento sabe, que no topo da empresocracia está a Goldman Sachs. E esta é quem governa o mundo. No passado domingo surge a notícia de que um dos mais altos responsáveis desta empresa "mostra-se ainda bastante cético quanto à eficácia dos resgates na zona euro para resolver a crise da dívida". Pois isto é uma sentença de morte meus caros. Se este banco não acredita, quem acreditará?!
Ao mesmo tempo continuam a ser tocados os sinos de guerra pela comunicação social. Agora diz que é a sério. Parece que alguém também quer ter um brinquedo perigoso mas não é amigo do maior do recreio. É... talvez... talvez seja memo isso que precisamos agora, mais uma guerrazita pa ver se a economia vai ao sítio. Sim, porque a concretizar-se nunca será uma grande guerra.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O caminho é colaborar, não competir

Us Now conta-nos a história de várias redes online que desafiam a noção existente de hierarquia através do poder da colaboração em massa. Pela primeira vez, foram reunidos a maioria dos pensadores no campo da gestão participativa para descrever o futuro dos governos. Este curto documentário de 2009 segue o destino do Ebbsfleet United, um clube de futebol gerido pelos seus adeptos em que até o 11 inicial é escolhido através da internet. Zopa, um banco no qual todos são o gerente e ajudam em financiamentos e empréstimos com pequenas contribuições. É dado também o exemplo do CouchSurfing como sendo uma comunidade online construída e gerida (até à dois meses atrás) pelos seus membros.

Eu juntaria a todas estas organizações o grupo Anonymous. É um grupo sem líderes, organizado horizontalmente, que para agir precisa que grande parte dos seus membros estejam de acordo a participar em determinada acção. Trata-se claramente de mais um exemplo que demonstra o poder da uma democracia participativa.
A última notícia sobre este grupo a chegar aos orgãos de comunicação social principais foi esta na segunda-feira passada. Com este tipo de acções conseguem penetrar na consciência das massas e alerta-las para a revolução que está a acontecer em todo o mundo.

Gostaria de deixar duas palavras às mentes abertas de Moçambique que estão a ajudar a espalhar a mensagem.
Muito brigado.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

É com muita pena minha

que venho hoje aqui anunciar que o CouchSurfing deixou de ser uma organização sem fins lucrativos.
Foi fundada em 2003 pelo norte americano Casey Fenton depois deste ter conseguido uma viajem barata para a Islândia e ter enviado um email aos estudantes daquele país pedindo abrigo. A resposta foi positiva e a experiência serviu de inspiração para a criação de uma página web que coordenasse acomodações. Nasceu assim um serviço de hospitalidade com base na internet que em 2010 ultrapassou a barreira dos 2 milhões de membros espalhados por 180 países.
A página está artilhada com numerosas funcionalidades como perfis pessoais ou colectivos detalhados, um sistema opcional de verificação de identidade por cartão de crédito, um sistema de certificação pessoal e, aquele que é para mim o mais importante de todos, o sistema de referências pessoais indispensável para aumentar a confiança entre membros. Existem ainda outras funcionalidades à disposição como grupos de discussão, reuniões e encontros, salas de conversa e muito mais.
Os membros desta rede social formam uma comunidade que tem como lema "Participação Na Criação De Um Mundo Melhor, Um Sofá De Cada Vez". Dada a abertura de mente que tens que ter para abrir a porta da tua casa e tratar como irmão um desconhecido que vem do outro lado do planeta, está claro que os valores que aqui se cultivam são dos mais nobres. Consta no meu perfil que me considero um novato, portanto, depois de receber esta notícia passeei-me pelos fóruns de discussão com curiosidade pela reacção dos membros. Percebi que a comunidade cresceu devido ao esforço de colaboradores voluntários no desenvolvimento, tradução e manutenção da plataforma online. Não posso deixar de partilhar a sua frustração nesta altura. Agora, há alguém a ganhar dinheiro aproveitando o trabalho gratuito realizado em prol de um bem comum. Acham que continuará a haver colaboradores voluntários? Para onde vai a ideia de comunidade? A ideia de aportar genuinamente o melhor de cada um de nós para o bem de todos sem a intenção de auto-elevação? Não tenho dúvidas, a comercialização deste serviço vai acabar por corromper o seu propósito inicial.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

As pessoas decidiram

que não participariam num ataque cibernético à página da bolsa de valores de Wall Street no passado dia 10. O ataque anunciado não teve a adesão em massa dos membros do grupo de activistas Anonymous. As consequências acabaram por ser mínimas, dizendo a CNNMoney que "ficou lento e depois indisponível das 15:35 até às 15:37", citando empresas de monitorização da internet como a Keynote e a AlertSite. Segundo este jornal online, Rich Adamonis, um porta voz da bolsa de valores de Nova Iorque, disse que "não detectaram interrupções na sua página nessa altura."
A Forbes aprofunda mais o caso dizendo que "Na melhor das hipóteses, foi uma tentativa mal planificada dos membros juvenis do grupo. Na pior das hipóteses, foi uma tentativa por parte do governo de extrair membros do grupo Anonymous e minar a validade da ocupação de Wall Street. (...) Na conta do YouTube onde antigas ameaças foram comunicadas, AnonMessage, foi colocado um vídeo no sábado dia 8 anunciando o cancelamento do ataque. O vídeo assume a responsabilidade por falsamente promover a operação, apontando falhas óbvias no plano. Que falhas? O Anonymous acharia completamente desnecessário usar o ataque Distributed Denial Of Service na página NYSE.com pois não controla ou contribui para a negociação de acções ou títulos do '1%'."
Caríssimos fans, vocês são a razão que me faz continuar com esta busca heróica por um mundo melhor :) Sinto portanto, que devo admitir publicamente um inadequado nível de ingenuidade na criação do último post. Creio que entrei a pés juntos na descoberta deste maravilhoso grupo chamado... Sem Nome.
Um bem haja com corações e flores.

As pessoas decidiram juntar-se à porta da catedral de St. Paul. Estando à espera dos protestos, as forças policiais cercaram todas as entradas para a praceta interior que dá acesso ao edifício da bolsa de valores Londrina. Sobrou um espaço ali ao lado junto à catedral. Sábado, 15 de Outubro, foi assim.
"Capitalismo significa guerra"
"Outro mundo é possível"
Estava lá toda a gente, o movimento Zeitgeist, o grupo Anonymous, o movimento Somos os 99%, Indignados espanhóis, hippies, punks, feministas, estudantes, desempregados, jovens famílias, pessoas e muito mais.Hoje voltei ao local, conversei com algumas pessoas e posso dizer-vos que a moral continua de roda no ar. Há grupos de debate, gentes a fazer novos cartazes, outros a planearem eventos que sirvam para dinamizar o espaço integrando e informando por quem lá passa, há música e todo o tipo de "equipamento" improvisado para possibilitar e tornar mais organizada a vida de quem lá está. Ups! Pois é. Há tendas, muitas tendas. Fiquei estrondosamente surpreendido! Há agora muitas mais tendas do que havia no sábado. Mais, vi pessoas a chegarem e a montar ainda mais tendas!"Capitalismo é crise" pode ler-se na tela verde."Necessidades humanas NÃO ganância corporativa""Abolir o dinheiro" lê-se nas costas do homem que acabava de colar o cartaz em que se pedem actores que colaborem na peça "As novas roupas do rei".O Estaminé...A presença mais ou menos encoberta do grupo Anonymous.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Hoje, 10out2011 é dia de invasão!

Meus caros, tenho a dizer-vos que vivemos, de facto, numa época excitante! Já ouviram falar do grupo Anonymous? Descobri à uns dias que eles suportam activamente a mobilização de Nova Iorque desde o primeiro dia. Do lado direito está uma foto desse dia. "Os corruptos temem-nos. Os honestos apoiam-nos. Os heróicos juntam-se a nós." O vídeo seguinte está a espalhar-se como um vírus pela internet, o seu título é: Do que somos capazes - Anonymous

Ok, a resistência começou...
Mas o que é que nós podemos fazer?!
Qual é o plano?!

É espantoso o que está a acontecer, as pessoas colaboraram espontâneamente.
Este é o caminho! E os eventos continuam.
Hoje, dia 10 de Outubro de 2011 é dia de invasão!
Anonymous preparam-se para um "assalto" ao sistema informático de Wall Street. Sem reservas, salta à vista no cabeçalho da página: "Uma mensagem para os média".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O sítio, gosto!

Os protestantes americanos estão a ocupar os centros financeiros. Tenho que confessar que fiquei surpreendido com isto. Não pela acção, nem pela maneira como a levam a cabo, pois já tinha acontecido no Egipto e em Espanha. A novidade aqui é o sítio! Wall Street, o coração do sistema! A verdade é que vivemos na era da informação, portanto, quem estiver minimamente atento consegue perceber que a crise financeira se deve à ganância de muitos dos que nesse sector trabalham. Isto é verdade, mas se forem curiosos e pesquisarem um pouco percebem que isto é apenas uma das peças de uma grande máquina. Aqui fica o início de Os Mestres do Dinheiro. O trecho fala sobre outra peça da mesma engrenagem embora a sua natureza seja diferente. É diferente pois esta faz parte da estrutura do sistema. Se faz parte da estrutura não há remendos a fazer.

Não fossem as roupas que usavam e os automóveis antigos, e diria que é um documentário deste mesmo ano. No entanto este filme é de 1996 e durante os últimos 15 anos nada foi feito para mudar o caminho em que seguimos.
Gostaria de recomendar também Lets Make Money um belíssimo documentário de 2008 do austríaco Erwin Wagenhofer, que dirigiu We Feed The World em 2005. O filme conta pequenas histórias de várias pessoas em diferentes regiões do planeta. Vítimas e perpetradores. Discursos de neoliberais e silêncios de homens, mulheres e crianças cujos salários não pagam a subsistência. Mostra também as ideias de Washington, responsável pelas políticas liberais que moldaram o mundo económico actual, assim como os mecanismos de colonização moderna como o FMI e o Banco Mundial, perpetuando a dívida injusta dos países mais pobres em troca das suas riquezas. Explica o que são os paraísos fiscais, por onde passa a maioria do capital financeiro para encobrir os donos corruptos. Apresenta John Perkins, autor de Confissões de um Assassino Económico, livro lançado em 2004.

domingo, 2 de outubro de 2011

Despertar ou catástrofe?

O dia 17 de Setembro de 2011 poderá ter já reservado o seu lugar de extrema importância na história da nossa civilização. Depois das convulsões Gregas, do desnorte da Geração à Rasca e da furiosa Indignação Espanhola, acompanhada pela solidariedade pontual de outras cidades europeias, chegou a hora do despertar americano. Desde esse dia (e já lá vão duas semanas) que um grupo cada vez maior de pessoas estão reunidas ocupando pacificamente Wall Street, o maior símbolo do sistema monetário, sistema pelo qual é regida a governação actual do planeta.
Quando tive a notícia dei inicio a uma pesquisa generalizada por mais informação e percebi que os meios de comunicação de massas não estão a prestar atenção que este movimento merece, mas felizmente existe a internet e rapidamente cheguei à occupywallst.org. Dizem-se "um movimento de resistência sem líderes com pessoas de muitas cores, géneros, e inclinações políticas. A única coisa que temos em comum que é que somos os 99% e não vamos mais tolerar a ganância e corrupção do 1%. Estamos a usar a táctica revolucionária da Primavera Árabe para atingir os nossos objectivos e encorajar o uso da não-violência para maximizar a segurança de todos os participantes."

O movimento está a alastrar-se a uma velocidade estonteante tendo já decorrido o início da ocupação de outros centros financeiros noutras cidades como Boston e San Francisco.

Durante esta mesma semana que agora acaba Alessio Rastani, um corrector independente, dá uma entrevista bombástica à BBC. Sem rodeios Rastani acaba com todas as ilusões de forma pragmática dizendo que não haverá retoma da economia e portanto o euro está acabado.

Claro que a imprensa veio imediatamente com paninhos quentes dizendo que Rastani é apenas "alguém à procura de atenção", mas nem quero perder muito tempo a justificar a minha posição, toda a informação está aí disponível para quem quiser saber mais.
O sistema não aguentará por muito mais tempo, é um facto. Vai ficando cada vez mais nítido à medida que vão saindo notícias como as de hoje "Grécia confirma que vai falhar metas de défice para 2011 e 2012".
Vivemos agora o principio do fim.

domingo, 25 de setembro de 2011

No lugar do condutor

A ideia que mais me marca no mini-doc que apresentei no post anterior é a seguinte: "A maior barreira para a evolução do pensamento humano é quebrar a sua própria doutrina".

No dia em que cheguei a Londres morreu o autor de Pieces of a Man, disco de 1971. Dizem que Gil Scott-Heron era "um poeta de rua que influenciou uma legião de rappers inteligentes". Não sei até onde chega a sua influência... em relação à música sou bastante quadrado e conheço relativamente bem apenas o rock. Tentando mudar isso vou ouvindo este disco. Posso dizer que para além de inteligência, este senhor era dotado de uma enorme consciência social.

Desde que nascemos estamos ocupados a marchar num caminho já estipulado, um trajecto delineado já percorrido por muitas e muitas pessoas. Quase nunca escolhemos, raramente sobra espaço para a escolha, nem fomos treinados para isso. Nas democracias representativas actuais temos a possibilidade de fazê-lo apenas de 4 em 4 anos e nunca se ensinou o cidadão a escolher. Em relação à religião, ou cultivo da espiritualidade como gosto de a ver, nem vale a pena falar. Os sistemas de ensino pura e simplesmente não contemplam a educação da escolha, não cultivam a autonomia, a independência, a individualidade. Aceitando esta realidade, compreende-se facilmente como somos formatados em massa sem que nos dêmos conta. Somos pré-definidos, desenham-nos as formas em série. Inventam-se grupos e colocam-se rótulos. Somos produtos. O mais impressionante no meio de tudo isto é que pela nossa cegueira somos conduzidos ao interior desses grupos querendo nós mesmos fazer parte deles. É para nós importante, ajuda-nos a criar uma imagem de nós próprios, uma identidade.

Mas será o conjunto desses rótulos a nossa verdadeira identidade?
Quanto mais nos definimos, mais nos limitamos.

domingo, 18 de setembro de 2011

Quem é o Peter Joseph?

Dadas as repercussões do trabalho do fundador do Movimento Zeitgeist, assim como a dimensão que este atingiu tão rapidamente, alguém chamado Charles Robinson percebeu que havia uma pergunta chave à qual ainda não havia resposta.

Estes são apenas os 10 primeiros minutos de um mini-documentário ou entrevista a Peter Joseph onde é dada a conhecer não apenas a sua história mas também a sua visão do mundo.
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5

domingo, 11 de setembro de 2011

Ideias que vale a pena espalhar

Este é o lema das conferencias académicas TED. Tiveram início em 1984 para juntar pessoas do mundo da Tecnologia, Entretenimento e Design, mas desde essa altura que o âmbito foi sendo alargado cobrindo cada vez mais tópicos, tornando-se a partir de 1990 um evento organizado anualmente. O TED concede licenças a terceiros para realização de eventos TEDx independentes em cidades de todo o mundo. Estas licenças, de um único evento, são gratuitas, mas a concessão tem que ser aprovada concordando com um rigoroso conjunto de regras, incluindo a duração, formato, limite do número de convidados, etc.
No dia 21 de Março deste ano realizou-se no Porto um evento TEDx. "Introdução a uma Economia Baseada em Recursos" foi a palestra apresentada pelo convidado Peter Joseph.
Aqui a têm. Espalhem-na!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

The Zeitgeist Media Festival, Eu vou!

É um evento global anual onde artistas socialmente conscientes de todo o mundo se unem para celebrar a possibilidade e esperança no futuro da nossa espécie. Neste período de 2011 decorre o primeiro evento global deste género onde se espera começar uma tendência em que cuidar verdadeiramente uns dos outros e do mundo se torna um valor comum. The Zeitgeist Media Festival em Londres ocorrerá durante todo o dia e poderemos contar com expressões multi-média, que vão abranger Música, Dança, Artes Visuais, Filme, Comédia, Poesia; Cada performance/acto comunica gestos de consciência social expandida, assim como valores de comunidade e sustentabilidade.

"Numa sociedade decadente, a arte, se for verdadeira, tem também que reflectir a decadência. E se não quiser quebrar o propósito da sua função social, a arte deve mostrar o mundo como mutável. E ajudar a mudá-lo."
-Ernst Fischer

O evento principal decorrerá em Los Angeles nos Estados Unidos, mas não será realizado no mesmo dia. A data foi escolhida propositadamente, 11 de Setembro de 2011, exactamente 10 anos depois dos acontecimentos em Nova Yorque.

A evolução é agora!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

As coisas

Meus caros, gostaria de partilhar convosco uma curta metragem sobre coisas. É uma espécie de palestra com propósitos educativos. Chama-se A História das Coisas e foi criada por Annie Leonard em 2007. Se têm seguido o blog, as animações ser-vos-ão familiares.. Serão 20 minutos muito bem passados. Desfrutem!

The Story of Stuff Project foi criado para estender o impacto do filme. "Amplificamos o discurso público sobre uma série de preocupações ambientais, sociais e económicas e facilitamos o envolvimento na crescente comunidade Story of Stuff no sentido de unir esforços estratégicos para construir um mundo mais sustentável e justo. A nossa comunidade online inclui mais de 150 mil activistas".
Este ano chegou a segunda temporada, tão elucidativa como a primeira, mas agora a história é outra. Annie troca por miúdos o significado e o impacto que uma determinada lei aprovada em 2010 terá na sociedade americana. É importante ter em mente que os Estados Unidos são "quem manda" e que, no sistema em que vivemos, todo o planeta está dependente do que se passa na maior potência. Basicamente, essa lei diz que as corporações podem agora gastar quanto dinheiro entenderem no apoio à campanha política do candidato que pretendem. Por outras palavras, as empresas têm agora o direito de influenciar a opinião pública relativamente às eleições ABERTAMENTE!! Isto é um descaramento!! Nesta altura já nem é preciso esconder nada, é tudo perceptível a olho nu. Agora é legal.
Democracia, alguém viu?!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Utopia

É o que se pode ler na base do copo que eu trouxe cá para casa à algum tempo.
O mais incrível é que descobri isso hoje, enquanto escrevia este post! Magia?!
No seu livro de 1516, Thomas More descreve um suposto encontro seu com o seu amigo Peter Gilles e um velho marinheiro português chamado Raphael Hitlodeu. Durante as suas viagens Raphael visitou uma ilha muito particular chamada Utopia, sendo que o conteúdo deste livro se centra no retrato desta sociedade.
"Mas, caro More, para exprimir claramente o que penso, direi que enquanto houver propriedade privada e enquanto o dinheiro for o padrão de todas as coisas, não creio que uma nação possa ser governada nem com justiça nem com felicidade: nem com justiça porque, as coisas melhores cairão nas mãos dos piores homens; nem com felicidade, porque todas as coisas serão divididas entre poucos. Mesmo estes poucos, não conseguem ser verdadeiramente abastados, enquanto que o resto deles é completamente miserável."
Neste lugar não existe dinheiro ou propriedade privada. Todos trabalham, mas apenas o tempo necessário, sendo sempre que possível decretados dias de trabalho mais curtos, para que os habitantes tenham mais tempo para desenvolver as suas mentes ou divertir-se. Homens e mulheres fazem todo o tipo de trabalhos independentemente da sua formação. Todos vestem o mesmo tipo de roupa lisa. Não usam jóias, os metais preciosos são considerados brinquedos para crianças... Enquanto More houve a descrição de Rafael, percebe-se que ele próprio oferece resistência à aceitação dos princípios do estilo de vida utopianos, tal como todos nós oferecemos sempre alguém questiona o nosso modo de vida, ou cultura. Eu acredito que nos dias de hoje poderíamos viver de maneira muito diferente, para melhor claro. Há muita gente nesta altura com muito boas ideias apoiadas inclusivamente pela ciência. O problema neste momento está apenas dentro de cada um de nós.
Após Thomas More, a palavra utopia foi adoptada em todas as línguas europeias e empregue sistematicamente, tornando-se com o tempo num género literário. Livros como este têm como função inspirar-nos para a mudança social.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quem é o Charlie Veitch?

A secção About do site da Love Police é composta apenas por um texto que começa da seguinte maneira: "Esta é uma biografia escrita por mim por isso vou ser aberto e honesto". Charlie descreve a sua vida privilegiada desde a sua infância, nutrida com amor familiar incondicional. Viveu em vários países em todo o mundo, tendo que se adaptar e reinventar sempre que o seu pai encontrava outro trabalho na indústria do petróleo. Interessado pela natureza das coisas e da realidade, começa aos 17 anos estudos de filosofia na Universidade de Edimburgo. No entanto, "Algo estava sempre em falta. Havia alguma verdade que eu senti que nenhum dos professores ou tutores eram capazes de me dar". Após a graduação, passou 7 anos de fato e gravata num escritório como consultor financeiro, "Este foi o meu período de serviço no mundo ilusório do controlo hierárquico, ganância, medo e hipnose sistemática". Nesta altura distraia-se com mulheres e drogas ao fim de semana, férias exóticas e passa-tempos divertidos. "Estava a viver meia-vida, e ninguém estava mais consciente disso do que eu". Com a ajuda da "demolição controlada do sistema monetário mundial" ficou sem emprego a 1 de Maio de 2009, e a partir daqui estava finalmente livre para poder fazer aquilo que queria. "Comprei uma câmara porque tive algumas experiências em que fui espiritualmente inspirado por pessoas do mundo real e pensei "Se posso fazer o mesmo para os meus companheiros, então quero partilhar com eles o melhor que sei", e os vídeos espirituais nasceram. Chamamos-lhes espirituais, chamamos-lhes humanísticos, chamamos-lhes políticos, algumas pessoas ainda lhes chamam comédia, embora nem sempre sejam divertidos. O que tento ter em conta enquanto faço este trabalho é ser honesto e guiar-me pelas minhas crenças de que nada deveria ser escondido."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

The Love Police

Ou como se diz num orgulhoso português A Polícia do Amor. É uma força composta apenas por dois homens e não são precisas muitas palavras para dizer o que fazem: baixam os níveis de medo e sobem os de amor. Como?

Isto é mais uma resposta contundente a todos os que pensam que nada pode, ou está a ser feito.
Devem ter reconhecido o Danny, o outro é o Charlie Veitch.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Gentes

Há algumas semanas atrás conheci o Bob.
Um homem que já faz parte da mobília num canto muito particular de Hide Park chamado speaker's corner. Trata-se de uma zona onde, desde o final do século XIX, é permitido a qualquer pessoa falar, debater e discutir publicamente. Perguntei-lhe o que é que queria dizer com a sua mensagem ao peito "Isto vai piorar". Falou-me do desemprego, da destruição dos ecossistemas por parte das indústrias e do controlo exercido sobre os cidadãos pelo governo. Quando chegamos a esta parte da conversa, o homem levanta o braço e aponta para uma grua que estava lá ao lado e pergunta-me "Vês até onde chega o controlo?", "Sabias que Londres é a cidade mais vigiada do mundo?" No topo da grua estava, como podem ver, uma câmara.
Depois da longa conversa com o Bob fiquei a saber que aquele canto já viveu melhores momentos. "As pessoas já não querem saber", dizia-me ele depois de me ter mostrado muito entusiasmado um livro sobre os oradores mais marcantes dos últimos 50 anos.
Quando cheguei a casa tentei procurar informação sobre o Bob na net. Descobri um site de venda de postais, alguns deles muito bons, onde ele é capa num deles. Saltou-me também à vista uma fachada que me era familiar.
Sim, tinha lá passado pouco tempo antes. Posso dizer-vos que a câmara não existe no local, tratando-se de uma montagem, mas a ideia é excelente.
No decorrer das pesquisas encontrei no Wikipédia informação sobre o speaker's corner. Para minha surpresa, quem é que aparece como exemplo de orador frequente?
Conheçam o Danny."Não acreditem em ninguém incluindo eu" é o que diz o poster que transporta, reflectindo o absurdo do que se passa nas nossas ruas.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

1984

Não é só o melhor ano de sempre por eu nessa altura ter nascido :) é também o nome de um dos mais famosos romances de George Orwell. A história passa-se no "futuro" ano de 1984 na Inglaterra, parte integrante do mega bloco da Oceania. A transformação da realidade é o tema principal do livro. Disfarçada de democracia, a Oceania vive um totalitarismo desde que o Partido chegou ao poder sob a batuta do omnipresente Grande Irmão (Big Brother). O autor mostra como uma sociedade oligárquica colectivista é capaz de reprimir qualquer um que se opuser a ela. A história narrada é a de Winston Smith, um homem com uma vida aparentemente insignificante, trabalha no Ministério da Verdade e tem como função perpetuar a propaganda do regime através da falsificação de documentos públicos e da literatura a fim de que o governo esteja sempre correcto no que faz. Smith fica cada vez mais desiludido com sua existência miserável e começa uma rebelião contra o sistema.
"1984 não era suposto ser um manual de instruções"

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ensaio Sobre a Lucidez

É um romance de José Saramago.
«Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%.» Uma das piores hipóteses para um sistema que se diz democrático, a rejeição total de todas as propostas eleitorais, é ponto da partida para uma especulação sobre o sistema político, o seu carácter democrático ou antidemocrático, a cegueira do povo - ou a sua repentina lucidez. Uma esperança? Quem conhece a obra de José Saramago saberá que o romance não oferecerá com certeza respostas óbvias ou fáceis, embora as reacções das autoridades nesta situação romanesca sejam absolutamente previsíveis: Em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar branco, o governo decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. No seu conjunto, as acções governamentais vão no sentido da manutenção do poder, a qualquer preço.

"As grandes decisões são tomadas numa outra esfera e todos sabemos qual é!" Um circuito fechado de Todos Poderosos que, tal como no seu romance, tudo farão para se manterem no poder.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A série de filmes Zeitgeist

Zeitgeist o filme, foi posto online em 2007. Pouco tempo depois adquiria o título de documentário mais visto na história da internet. Todo ele é composto por material já existente. O resultado foi a exposição da demência da nossa sociedade, não só dos que detêm poder mas também de todos aqueles que não questionam o status quo. Através da religião ELES amolecem o povo, através da televisão ELES mantêm as nossas mentes entretidas, através de mentiras ELES aterrorizam as pessoas, de tal maneira que estas abrem mão da sua própria liberdade para se sentirem mais seguras. Através da perpetuação deste sistema monetário completamente ilegal e defeituoso ELES mantém-nos prisioneiros e através dos sistemas de ensino totalmente desajustados ELES mantêm-nos ignorantes.
Zeitgeist Addendum, exibido pela primeira vez um ano depois, trata da falácia do sistema monetário detalhadamente. Percebe-se que o dinheiro é criado através de dívida, e como consequência, o tamanho da dívida e a quantidade de dinheiro existente andam de mãos dadas, sendo portanto impossível evitar o aumento da inflação. O mais curioso é, sem dúvida, entender que uma parte do dinheiro que vai parar aos bolsos dos donos dos bancos, os juros, pura e simplesmente não existe. Estes são alguns dos factos fraudulentos que tornam inevitável a destruição o sistema. Neste mesmo filme é também dado a conhecer o Projecto Venus de Jacques Fresco, assim como vários conceitos que permitem a compreensão de uma Economia Baseada em Recursos. Ideias que poderão ser implementadas para que mudemos o rumo que o nosso planeta leva actualmente. Dado o impacto do primeiro filme e a relevância dos conteúdos de Addendum, Peter Joseph não se esconde e na parte final deste documentário lança as bases para a formação do Movimento Zeitgeist. Neste momento o movimento conta com mais de 500.000 participantes activos espalhados por todo o globo.
Em Janeiro deste ano saiu Zeitgeist Moving Forward, e mais não digo!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A estrutura

"Não a sério, a felicidade, esse estado difuso resultante da impossível convergência de paralelas de uma digestão sem azia com o egoísmo satisfeito e sem remorsos, continua a parecer-me, a mim, que pertenço à dolorosa classe dos inquietos tristes, eternamente à espera de uma explosão ou de um milagre, qualquer coisa de abstracto e estranho como a inocência, a justiça, a honra, conceitos grandiloquentes, profundos e afinal vazios que a escola, a catequese e o Estado me haviam solenemente impingido para melhor me domarem, para me extinguirem, se assim me posso exprimir, no ovo, os meus desejos de protesto e de revolta."
Este excerto pertence a Os Cus de Judas de António Lobo Antunes. O livro retrata a experiência pessoal do autor como médico de campanha enviado para Angola na Guerra Colonial. Portugal vivia sob uma forte ditadura e portanto o controlo da população era fundamental para a manutenção as elites no poder. Achas que a realidade nos dias de hoje é assim tão diferente?

Este é o inicio do segundo documentário de Peter Joseph, Zeitgeist Addendum de 2008.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Descortinando a jaula com a arte dos Radiohead

Ok Computer foi o disco que me mostrou que a música poderia ir mais longe e ser muito mais profunda do que o simples entretenimento. A música pode ser arte. E a arte, a verdadeira arte, passa sempre uma mensagem com a qual pactuamos. Isso acontece não porque percebemos a matemática ou a ciência por trás do trabalho artístico, mas sim porque sentimos a obra.
Para além de galgar muito terreno no alargamento das fronteiras do rock, este álbum revela uma visão do mundo muito progressiva para a época, estávamos em 1997. "Escondido" no meio do disco está este regalo.

The Most Gigantic Lying Mouth of All Time, reúne animações, curta-metragens e, claro, algumas músicas. Todo o material tem cerca de duas horas de duração e foi posto no ar pela radiohead.tv, transmitida pela internet e criada para divulgar o álbum Hail To The Thief de 2003.
The Slave foi a curta realizada por James Field. Espero que não gostem!

Jigsaw Falling Into Place poderia ser traduzido como: peças do puzzle caindo no seu lugar. É o nome de uma das músicas do fantástico In Rainbows. A acompanhá-la encontrei este vídeo muito bom que faz uma passagem pelas várias roldanas que constituem o sistema. São também expostas algumas das nossas fraquezas que nos levam ridiculamente a alimentá-lo.

sábado, 9 de julho de 2011

Quem é o Alex Jones?

É o homem ao volante.

Tenho que salientar o facto de este filme ter sido feito antes do 11 de Setembro. Mais do que acreditar no que alguém diz, acredito no que alguém faz. E o Alex Jones fez isto de forma brilhante, tal como dirige todos os dias o seu programa de radio em busca de verdades.
Waking Life, é um filme de Richard Linklater. Foi para mim, uma das mais estimadas experiências de vida que tive o privilégio de viver. Um filme recomendado a mentes abertas a todas as possibilidades, e portanto, a todos aqueles que procuram.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

E por fim, senhoras e senhores... os palhaços!!!

O complexo industrial militar precisa de escoar o armamento produzido para se manter a funcionar, as indústrias petrolíferas e as que delas dependem têm que ter acesso aos recursos para continuar com as extracções… enfim, são muitas as razões, todas directa ou indirectamente de teor económico, para a existência de guerras.
Mas há mais. A guerra não se faz só de arma na mão. Como Carl Von Clausewitz disse “A guerra é a continuação da política por outros meios”. E de que é que trata a política nos dias que correm senão de economia?! Sabes quem causou o colapso de 2008?
Inside Job – A verdade da crise.

Gostei particularmente da parte do filme em que tentam perceber que tipo de pessoas são os senhores da bolsa de Wall Street.
Para que fique bem claro quem manda, aqui vai um excerto de um dos últimos documentários de Alex Jones.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O circo continua

A invasão do Afeganistão foi a resposta do governo dos Estados Unidos aos ataques do 11 de Setembro. Será que houve legitimidade? Esta é a pergunta que muita gente se coloca nos dias de hoje. Mas será esta a pergunta que verdadeiramente importa fazer? Na minha opinião, independentemente do que na verdade se passou naquele dia, a simples consciência da crueldade e os efeitos monstruosamente devastadores provocados por uma guerra deveriam ser suficientes para não a começar.
Na mesma altura, a maior potência mundial não começou uma, mas sim duas guerras. O Iraque foi também invadido. Ainda se lembram das razões vendidas pelos responsáveis do governo? A compilação de trechos de Michael Moore no seu famoso documentário Fahrenheit 9/11 é deliciosa.

Eh pah eles têm mapas!! Sabem exactamente onde se encontram as armas, isto vai ser limpinho. Estes eram os meus pensamentos na altura. Nunca mais me esqueci daquele mapa, era para mim o símbolo da verdade, a prova de que a ciência estava por trás de tudo aquilo ajudando a localizar geograficamente os alvos. Justificava toda a acção, por muito dolorosa que pudesse ser para quem vivia naquela região.

Afinal era mentira! Tudo uma grande mentira!

Porquê?!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Uma janela para o circo

A primeira parte do documentário 9/11:Press for Truth revela a história das Jersey Girls, um grupo de quatro mulheres que perderam os seus maridos nos ataques de 11 de Setembro. A criação da 9/11 Commission (comissão formada pelo governo para investigar os acontecimentos) não ocorreu por uma benfeitora iniciativa do governo americano, deve-se sim à mobilização dos familiares das vítimas que foi liderada por estas viúvas. Mas ao contrário do que se poderia esperar, todo o processo foi uma luta terrível e desgastante.

Se os familiares das vítimas queriam uma investigação, porque não começa-la no dia seguinte?! É vergonhoso ver como o governo se esconde tentando proteger-se. É vergonhoso ver como estas senhoras foram obrigadas a rastejar. É vergonhoso ver como os meios de comunicação social dão tanta importância à dor e ao sofrimento. Porque são eles tão execráveis?! Naaa.. só estão a fazer o seu papel de instituição corporativa. Só estão a fazer todos os possíveis para obter grandes audiências, para assim manterem os seus contratos milionários de publicidade - milionários! Trata-se de emoção humana, e isso vende. Este caso particular só difere num aspecto, é que estas mulheres não são voluntárias como os participantes de Big Brothers e as suas emoções são demasiado pessoais para serem publicadas. Mas quem é que quer saber disso?! Isso ainda interessa a alguém?! Pois é, só assim é que os órgãos de comunicação social de massas, como são as cadeias de televisão privadas, são forçados a falar do que realmente tem importância.

O governo aproveitou o fim das investigações para lançar mais uma campanha de propaganda enchendo-se de louvores, mas o sentimento dos familiares foi claramente diferente pois ficaram ainda muitas perguntas por responder.

E agora senhoras e senhores… um bombom!!! Para que se perceba até onde é que vai o controlo a que todos nós estamos sujeitos. Sabias que caíram 3 torres em 2001? O edifício Salomon Brothers, mais conhecido como edifício 7 também colapsou nesse dia. Não foi atingido por nenhum avião nem foi afectado pelo fogo. A BBC relatou o acontecimento 20 minutos antes do edifício ter caído!!


Quem é que escreve os guiões dos telejornais?! Pergunta Richard Gage da Arquitects & Engineers for 9/11 Truth nas suas palestras perante este vídeo totalmente inacreditável.

Eu sei. Não é fácil aceitar. Mas tem calma, respira fundo. Vais ver, daqui a nada isto que parece tão grave vai perder tamanho e peso. Amanhã vais sentir-te melhor de certeza. E daqui a uns mesitos já nem te vais lembrar que viste este vídeo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

E tu, já investigaste o 11 de Setembro?

9/11 truth movement é o nome colectivo das organizações e pessoas individuais, livremente afiliadas, que questionam a versão oficial, geralmente aceitada, dos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001. Existe, actualmente, uma montanha de grupos que lutam pela obtenção da verdade: 9/11 Citizens Watch, fundado em 2002 para monitorizar o trabalho da 9/11 Commission (entidade governamental para a investigação dos ataques de 11 de Setembro), que logo depois da publicação do “9/11 Commission Report”, recebeu como resposta um documento intitulado “9/11 Omission Report”; 911truth.org, iniciado em 2004 transformou-se no portal central para todas as organizações do 9/11 truth movement; Scholars for 9/11 Truth & Justice, iniciado em 2005 dizem-se “um grupo de estudiosos e simpatizantes esforçando-se para lidar com as perguntas não respondidas do 11 de Setembro através de investigação científica e educação pública”, publicam regularmente artigos científicos relacionados no seu site irmão Journal of 9/11 Studies; Architects & Engineers for 9/11 Truth, fundado em 2006 reúne nesta altura mais de 1500 arquitectos e engenheiros profissionais entre quase 14000 apoiantes que já assinaram a petição pedindo ao Congresso uma verdadeira investigação independente. É de salientar que este grupo, curiosamente aquele que mais conhecimento técnico possui, reivindica que “a explicação oficial para a destruição total dos arranha-céus do World Trade Center falhou explicitamente sob a evidência maciça de uma demolição controlada. Richard Gage, o arquitecto de San Francisco com mais de 20 anos de experiencia na projecção deste tipo de edifícios é o fundador desta organização e encontra-se neste momento em digressão por cidades e universidades europeias. Através de palestras tenta sensibilizar o público geral para os factos nos quais se baseia para sustentar a sua tese.

A 9/11 Commission, e portanto o governo americano, alega que o colapso total das torres se deu devido ao fogo provocado pelo embate dos aviões na parte superior dos edifícios. Segundo especialistas, NENHUM edifício na história da nossa civilização caiu devido a incêndios. Mas eu não sou especialista e não vou avançar detalhes ou explicações técnicas para o que aconteceu. Existe muita informação disponível na internet, como por exemplo o 911docs.net onde estão reunidos mais de 50 documentários relacionados com o tema e que podem ser vistos online gratuitamente. O último a que assisti chama-se 9/11:Press for Truth e baseia-se parcialmente em The Terror Timeline: Year by Year, Day by Day, Minute by Minute: A Comprehensive Chronicle of the Road to 9/11 — and America's Response, um livro escrito por Paul Thompson em 2002, colaborador do website History Commons que é, segundo os próprios autores, “uma ferramenta de jornalismo participativo de conteúdo aberto”. Com base nesta plataforma o livro é um apanhado dos registos informativos mais importantes na longa caminhada até esse dia e a resposta americana aos acontecimentos. Através do filme percebe-se que o governo ignorou todos os avisos de um ataque eminente que foi recebendo e respondeu tarde e defeituosamente, havendo indícios de ocultação de material importante para uma futura investigação.

Mas afinal, onde está o verdadeiro inimigo?